12.10.11

Rock in Rio - dia 2


 Era dia de Guns N' Roses, bebê. Lógico que ia dar merda.

Detonautas
O POVO NÃO VAI SE CALAR TICO SANTA CRUZ VOZ DE UMA GERAÇÃO QUE TEM MUITO A DIZER EI SARNEY VAI TOMAR NO CU SAI DO CHÃO SAI DO CHÃO PREFIRO ESTAR NUM LUGAR CHEIO DE MACONHEIRO DO QUE NUM CHEIO DE POLÍTICO CORRUPTO LADRÃO VAMOS DAR UM BASTA NA IMPUNIDADE MINHA MÃE ME FALOU QUE SE UM DIA EU NASCESSE A GENTE NÃO NASCEU PRIVILEGIADO DE BELEZA MAS PRIVILEGIADO DE HONESTIDADE VAMOS DERRUBAR AQUELA RODA GIGANTE? EU PREFIRO SEEEEER ESSA METAMORFOSE AMBULANTE SMEELS LIKE TEEN SPIRIT

Pitty
A grande discussão totalmente sem sentido sobre a Pitty estar gorda ou gostosa. Sem sentido porque ela obviamente estava gostosa e todo mundo aturou o show numa boa. Segundo atração da noite a homenagear Nirvana...em noite que tem Guns.

Evanescence
Não aturava nem quando fazia sucesso, vou aturar agora? Não vou.

System Of A Down
Quem deixou SOAD fazer um show com 350 músicas, gente? Não canso de dizer que tudo nessa vida tem limite e aturar sei lá quantos horas disso tudo me sentindo como se estivesse no Oriente Médio não estava nos meus planos. Certeza que era a trilha sonora favorita do Bin Laden.

GUNS-AND-ROSES
Se não é dramático, não é Guns. A confusão começou no domingo de manhã quando diversos sites noticiaram que o Axl ainda não estava no Rio devido a problemas com o avião. Apesar da notícia que o Medina havia fretado um avião e ele já estaria a caminho do Rio, muitos acreditavam que esse atraso poderia comprometer o show de encerramento do RiR. Fato é que ele desembarcou no Galeão no início da tarde e foi tirar um soneca.

Corta para o pré-show. Como se não bastasse SOAD atrasar a caralha toda com aquele setlist interminável, começou a chover. Palco tinha cobertura? Não tinha. O palco do Guns já estava montado? Não estava (porque a merda do system of a clown se recusou a tocar em palco já montado pra outra banda). Atrasou absurdamente? Atrasou. Lógico que não aguentei e fui dormir, pq, né, sou uma pessoa com responsabilidade que precisa acordar cedo. Se você quer mesmo a verdade: não vi o show completo até hoje. Vi alguns trechos e decidi que não era obrigada a ver o Axl com capa de chuva amarela, não era obrigada a aguentar Bumblefoot, ainda em recuperação de um grave acidente, errar WTTJ, não era obrigada a aguentar a voz de Mickey Mouse e não era obrigada a ouvir o Axl esquecer a letra de November Rain. Mas eu era obrigada a ver Estranged. Vi, chorei que nem uma criança esquecida na escola no primeiro dia de aula e fiquei preocupada, lógico. Decidi aguardar pelos shows na Argentina e taí uma decisão que foi acertada nessa vida. Pude ver que a banda continua boa, Axl ainda tem voz e que ao show daquele domingo foi a maçã podre da cesta, que terminou com as seguintes palavras de Axl para Medina: "Don't ever call me to play again". Haters to the left.



8.10.11

Rock in Rio - dia 1

Maroon 5


MELHOR-SHOW-DO-ROCK-IN-RIO. Adam Levine, teamocasacomigo, eu nem ligo pra sua voz fina, vamos bater ossinhos e ter lindos filhos com metabolismo invejável.

4.10.11

Rock in Rio - dia 30


Fácil o dia mais chato do festival. Cidade Negra? Curto só se for na cadeira do dentista. Marcelo D2? ZZZZZZZZZZ. Jota Quest? Puxou coro pra música do rock in rio, perdeu meu respeito. Vejamos o que sobrou:

Ivete Sangalo
Depois daquela apresentação tenebrosa no primeiro dia, Claudinha Milk quis justificar o injustificável e simplesmente comparou as críticas a atitude nazista. Acontece que esqueceram de avisar que, Claudinha, o problema não é o axé, o problema é você. Tanto é que a Ivete, também cantora de axé, fez um show primoroso, sem nenhum tipo de problema e que conseguiu agradar (e muito) o público. Taí uma pessoa que transborda carisma e simpatia. Além dos sucessos da carreira solo e dos tempos de Banda Eva, Ivete cantou e tocou "Easy" no piano e arranhou "More Than Words" no violão. No fim, visivelmente emocionada, dedicou o show para o filho. "Quando ele crescer e vier ao festival, vai perceber que a mãe dele esteve aqui também. A mamãe nasceu para te amar, meu filho". Chorei.


Lenny Kravitz
Meu amor pelo Lenny é tão ridículo que até hoje eu compro cds dele, mas ques tentativa frustrada de fazer um show sofisticado. Cachecol em pleno calor de 34°C do rio, solos intermináveis, repertório nada adequado, só com músicas sobre correria que, ironicamente, provocavam um sono animalesco. Quando ele tocou a última e as pessoas finalmente começaram a se animar com a possibilidade de ver logo a Shakira, ele voltou pra cantar "Let Love Rule". Quer dizer, antes tivesse só cantado, mas não, não, NÃO. Ele precisava pedir pro público cantar junto, ele precisava passear pelos corredores e pegar uma bandeira do Brasil, ele precisava se sentir desejado. Povo foi esperto o suficiente para entrar naquelas de "melhor a gente fazer o que esse loco pede ou Shakira só amanhã". Sofrível.


Shakira
GRANDISBOSTA. Adianta nada ter QI altíssimo se o seu show é quase todo na base do playback. Fui dormir na metade. Pra ver gostosa balançando a bundinha vejo clipe do É o Tchan.



3.10.11

Rock in Rio - dia 29



Concerto Sinfônico Legião Urbana 
Gosto de legião urbana mesmo e to nem ai. Uma foto do Renato Russo já é suficiente pra me deixar emocionada. E vê-lo dizer "Tudo só depende de você" na gravação antiga que passaram no telão me fez chorar mais que uma criancinha perdida no supermercado. Mal consegui cantar "Tempo Perdido" e engasguei na hora de "Quase Sem Querer", uma das minhas músicas favoritas. Sou ridícula assim. Marcelo na bateria, Dado na guitarra, Rogério Flausino, Toni Platão, Pitty, Herbert e Dinho como convidados. Problema é que não deu muito certo, cada um queria aparecer mais que o outro e a coisa virou mais um karaokê de famosos. Deixassem só o Dinho e teria sido bem melhor.


Janelle Monaé
Ligo bostas pra Janelle. Bostas. Acontece que ela cantoy "I Want You Back" e não é como se fosse algo fácil de ignorar.


Baile do Simonal + Diogo Nogueira + Davi Moraes
Finalmento algo pra alegrar a noite. Além das músicas já esperadas, o ziriguidum e o passinho pra lá e pra cá, ainda rolou "País Tropical" e aquela linda da Maria Rita mandou "Que Maravilha" no improviso. Se me deu vontade de estar lá, é pq foi tudo muito bom, foi tudo bom demais.


Ke$ha
RISOS. 
(Era pro Elton John tocar no dia 29 e a Ke$ha no primeiro dia. Será que é tão difícil assim enxergar o óbvio e saber organizar um line up? Suspiro)

Jamiroquai
Só de não tocar "Virtual Insanity" já ganhou meu coração. Jay K sempre muito serelepe danado levado da breca, soube agradar o público com o som que pode não ser necessariamente de preto, de favelado, mas que quando toca, ninguém fica parado. E, Paul Turner, seu fdp genial.


Stevie Wonder
I just called to say que fui dormir e não vi stevie. Dizem que foi um dos melhores shows do Rock in Rio. Duvido nada e já fiz questão de jogar o show completo na minha listinha de watch later.


30.9.11

Rock in Rio - dia 25



Angra
O dia começou com um show cagadíssimo do Angra no palco sunset. O constrangimento era tão visível e alarmante que afetou até a Tarja Turunen. Como ter noção do ridículo é para poucos, Edu resolveu cantar "Carry On". To até agora me perguntando pra quê. Ai você pensa "ah, beleza, tranquilo. Acontece com as melhores bandas". Amg...


Não se brinca com a família metal na era do twitter. Fica aí a lição.


Sepultura
O show atrasou um pouco e as pessoas já estavam impacientes e naquelas de gritar "filha da puta - filha da puta", "falta de respei-tô", mas foi só Sepultura aparecer com o Olodum da França que todo mundo colocou o sorriso no rosto, o grito na garganta e o |m| nas mãos. Ficou ruim não, e mesmo se tivesse ficado, eles terminaram o show com ROOTS BLOODY ROOTS feat. Mike Patton. Abraço na alma e aquela dúvida eterna de pq caralhos eles não tocaram no palco mundo.


Motörhead
Eu gosto de Motörhead pq taí uma banda que não precisa de papagaiada pra fazer um show foda. Beto Lee que foi um sábio ao mandar aquele "sem palavras, bicho".


Slipknot
Olha, lembro de ter 16 anos e ler numa matéria que os caras do Slipknot vomitavam dentro das máscaras durante os shows. Claro que no ápice da minha revolta juvenil escrevi "Fuck it all, fuck this world, fuck everything that you stand for" nas folhas do meu fichário, mas tudo tem limite nessa vida. Foi bem o tipo de show que chamou a minha atencão muito mais pelos motivos errados (bizarrice) do que pelos motivos certos (música).


Metallica
Metallica foi coisa linda de ser ver, de se amar, de ficar toda ba ba da. Setlist impecável, ganhou o título de melhor show que eu não fui. "Sem palavras de novo, bicho".



25.9.11

Rock In Rio - Dia 24



NX Zero 
Já vi nx zero ao vivo e posso dizer que, por mais que chocante que seja, o show deles é bom, sim. Não é como se fosse a melhor banda do mundo, ooooh a salvação do rock, mas fica bastante claro que eles realmente se esforçam, curtem tocar e aproveitam cada momento. Acontece que rock in rio tem essa incrível capacidade de sempre escalar bandas que têm fãs chatos. Haja estrutura pra aguentar babaca insatisfeito que começa a gritar nome da atração queridinha enquanto você ainda está no palco. Show curto, com setlist cheio de hits, vaias e meu amor repentino pelo baixista.


Stone Sour
Nunca nem tinha ouvido falar da banda. Joguei no google e descobri que o vocalista branquelo é o mascarado do slipknot. Vi bostas e aproveitei pra pedir pizza.

Capital Inicial
"Caralho, veio, 200 mil pessoas, ta ligado? Demais, cara. Show do caralho. Ih, caralho, o cara ta passando mal, ta ligado? Água? vocês querem água? Do caralho". Observe o que crescer em Brasília faz com as pessoas. Enfim. As mesmas músicas de sempre, Dinho efusivo de sempre e a banda mais não fede nem cheira de sempre. A resposta do público foi tão na base do caos e destruição que Dinho do caralho precisou fazer o Axl Rose e pedir que todo mundo desse um passo para trás. Um querido, né?



Snow Patrol
Puta que me pariu, acho que nem Radiohead consegue fazer um show tão chato quanto o do Snow Patrol. Banda pra Planeta Terra e olhe lá. Fiquei o show inteiro naquelas de esperar "Open Your Eyes" e o imaturo ainda me faz o favor de errar a música. Desnecessário.


Red Hot Chili Peppers
Ai que bosta RHCP sem o Frusciante? Ai que bosta Sr Antônio na pegada Adolf moderninho safado Hitler? Mas quem sou eu pra achar ruim. O importante é a música, o importante é a energia que dá gosto, a energia que contagia, e RHCP é mestre nessa arte. A verdade é que eu não prestei tanta atenção assim. Mandei a MTV passar o acústico nirvana no mesmo horário? Não mandei e isso só serviu pra confundir o meu coração. Pelo menos apaguei a lembrança daquele show cagadíssimo no RiR 3. Parabéns aos envolvidos.




24.9.11

Rock In Rio - Dia 23

Ontem começou o Rock In Rio e ques saudade do maior festival nacional, internacional e, quiçá, universal, não é mesmo? Muitas bandas, muito calor humano, muita vergonha alheia e muita gente fina, elegante e sincera com habilidade pra dizer merda. “Ai, eu estou decepcionado” feat. “Nossa, confirmaram Claudia Leitte” & “Esqueceram do rock”. Para esses babacas existe camisa do Iron Maiden e garrafa de catuaba. Para todos os outros existe twitter e transmissão ao vivo pelo Multishow. Então me abraça forte e viaja comigo nessa emoção que foi o primeiro dia do rock in rio.



Show de abertura Paralamas + Titãs
Você sabe que um festival vai ser bom quando já derrama umas lágrimas logo na abertura. Tenho lá culpa eu se escolheram começar logo com homenagem a Freddie Mercury e exibição do show histórico da banda na primeira edição? Não tenho. Logo me recuperei, já que colocaram o Milton Nascimento pra cantar Love of My Life e yo, Milton, I'm really happy for you and Imma let you finish but falta de afinação tem limite. Principalmente se você ficou toda arrepiada ao ver menino Marc Martel um dia antes. Paralamas e Titãs eu sempre curto demais. Coisa de fechar os olhos na hora de "Meu Erro", chorar em "Epitáfio" e dar pulinhos em "Homem Primata". O show ainda contou com a participação da Maria Gadú, mas nessa hora eu aproveitei pra zerar o greader. Sem demais frescuras e papagaiadas, foi um bom começo.



Claudia Leitte
Gostosa adepta da arte de causar constrangimento, Claudinha não decepcionou e ainda aproveitou pra colocar em prática o inglês flex que a bolsa fisk proporcionou. Sorte dela que algumas pessoas estavam numa efusividade extrema e agarraram aquela que talvez pudesse ser a oportunidade de uma vida inteira: a de curtir uma micareta na cidade do rock. É bem o tipo de coisa que você conta orgulhoso para os netos, não é verdade? Foi um belo momento. E por momento, eu quero dizer pernas e nada além disso.



Katy Perry
Linda, gostosa, exuberante, delícia, carismática, engraçada e as pessoas ainda queriam que ela fosse afinada? Muita exigência só resulta em solidão e gases, amg. Sai dessa vida. Tenho cá para mim que aquela cena da Cameron Diaz no karaokê em "O Casamento Do Meu Melhor Amigo" foi o que motivou Katyzinha a virar cantora. O show começou com uns problemas técnicos e aquilo tirou a minha paz, tirou o meu sossego, mas nada que um "I wanna see your pica" não resolvesse. Se jogou na galera, coroou uma nova Katilce e ainda mandou brasileiro babaca que odeia a argentina calar a boca. Russell Brand é um cara de sorte. Só acho (e acho perfeitamente certo) que faltou decote. No mais, sou só amor, sou só paixão. No meu coração, Katy Perry tem um lar.



Elton John
Não cantou “Your Song’. Morreu pra mim.



Rihanna
Ficou de safadeza com a Katy Perry no camarim e atrasou o show, coisa que eu só tolero se você for o Axl Rose. O sono me pegou, tentei escapar, não consegui e aguentei só 6 músicas, mas gostei bastante do pouco que vi. As pessoas se surpreendem com o fato da Rihanna saber cantar e eu fico embasbacada, pq naonde que Jay-Z seria o padrinho de alguém sem o mínimo de talento musical? PFV, PFV.  Apesar de ter arruinado minha vida, ta de parabéns, continue assim e ques coxão.

15.9.11

Neighborhoods

A quantidade de música ruim que andam lançando, meu amg, faz o Molejão ser merecedor de um Grammy. A mais recente vítima de equívoco em forma de álbum foi o Blink 182. Sim, ainda existem. Sim, voltamos para 2001. Não, não está permitido usar calça cargo e piercing na sobrancelha. O problema é que Blink 182 sempre será lembrado pelas peripécias de três branquelos que correram pelados por ai sem o menor constrangimento e zoaram de forma engraçadíssima a boyband mais querida da época. Não são todos que lembram de, por exemplo, "Stay Togetther For The Kids" e "I Miss You", músicas mais sérias e um tanto quanto sentimentais, ou então do punk 1234 sujinho de "Dammit". E dai eles me lançam o "Neighborhoods" justamente na pegada encontro da fase madura com a sujinha sem a engraçadinha. No começo você pensa que vai prestar, balança o pé, faz do mouse a sua bateria, mas que erro...que erro. São 14 faixas inéditas tão marcadas pela mesmice, que, ao fim, fica aquela sensação de ter escutado uma música só durante 45 minutos. Em outras palavras, um tremendo desperdício de tempo. E pra completar, o clipe de "Up All Night", primeiro single do álbum, mais parece uma versão limpinha de "Whiskey In The Jar" do Metallica. Não tenho mais idade pra isso. 


1.9.11

"Troubled times call out for troubled songs"

Jogue suas mãos para o céu e agradeça se acaso deu a sorte de ser um adolescente numa época em que ainda era possível viver a adolescência na sua plenitude de adolescente. Se quiser agradecer por ter alguém com você sempre na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê, fique a vontade também. É a ordem natural da vida. Voltando ao assunto que interessa...se você jogou suas mãos para o céu e agradeceu, em algum momento a ideia de montar uma banda passou pela sua cabeça. E se a ideia deixou de ser meramente uma ideia e virou realidade, sua banda tocou Rage Against The Machine. Se não tocou, provavelmente você não venceu na vida, sua banda favorita é Radiohead e hoje coloca "jornalista e blogueiro" na bio do twitter. Bem, o fato é que RATM fez muito sucesso com aquela música toda nervosinha, "Killing In The Name" ("Lagartixa de Touca", para os íntimos). Quem nunca sentiu vontade de apontar o dedinho na cara de algum abusado e dizer "Fuck you, I won't do what you tell me", não é mesmo? Pois é. A raivinha rendeu quatro álbuns e a banda se separou em 2000. Zach de La Rocha foi lamber uns zapatistas e o resto se juntou ao Chris Cornell no tal de Audioslave, banda mais facepalm da história.

say live and let die

Até que em 2007, Zach mandou um we belong together e RATM voltou a se reunir. Ano passado, tocaram por aqui no SWU e teve caos, teve destruição, teve boné do MST, teve Zach nervosinho e teve meu coração cheio de esperança e ansioso por um novo álbum. Acontece que a expectativa é a mãe da merda e teve álbum novo sim, mas do projeto solo do Tom Morello, caralha de The Nightwatchman.

uma boca aberta, um violão, tom morello sendo cuzão

A verdade é que alter-ego nightwatchman surgiu na época do Audioslave numa clara tentativa do Tom Morello preencher o vazio 'mamãe quero combater as injustiças do mundo' deixado pelo Zach. Só que fica mais bonito dizer que The Nightwatchman é como "o Robin Hood Negro da música para oferecer ao público um pseudo-Bob Dylan do século 21". -q. Em maio, liberou o "Union Town", EP com três músicas inéditas ("A Wall Against the Wind", "Union Town" and "Which Side Are You On?") e alguns covers até escutáveis. Semana passada foi a vez de "World Wide Rebel Songs". O que esperar de alguém que tentar ser o novo Bob Dylan feat. Bruce Springsteen e lança um álbum com esse título? Exatamente, uma caralhada de música com gaita, viola dos broders e letras politizadas. Nada contra, até acho muito válido, mas lá no penúltima música, ele simplesmente joga a toalha e manda um "God help us all, we're wandering with no future and no hope". Aí não, né? Sai dessa, deixa voz/letras por conta do Zach e se concentra só nas guitarras, Tom. Vai ser melhor pra todo mundo.


20.8.11

La la la liberación

Entendo a birra com Cansei de Ser Sexy? Não só não entendo como acho babaca. "Aaaai, é muito artificial, vazio". Geralmente quem fala isso são as pessoas que favoritaram o clipe de Like a G6 no youtube. Ou aquelas que escutam Mombojó, porque Papapa é realmente muito profunda. Piranha, por favor. Bem curto essa atitude despojada que o CSS assumiu desde o início e que conduziu os dois primeiros álbuns da banda. O terceiro, La Liberación, foi disponibilizado para audição nesta semana e acabou com o hiatus que durava desde 2008.


A bagaceira foi deixada um pouco de lado e deu lugar a uma sutil inovação, principalmente nas letras. Em City Grrrl, por exemplo, Lovefoxxx vocifera o já conhecido sentimento I don't belong here que marcou o início da adolescência. Nas palavras da própria vocalista "The song captures the sentiment of feeling like a true outsider and yearning to escape to a big city to find fellow outcasts". Ainda assim, a identificação musical foi preservada de forma louvável. Exatamente o que se pode esperar de um álbum do CSS. Para rechear o set list dos DJs nas festinhas, já tá de bom tamanho.

11.8.11

And I am lost and not found

Quando escutam a palavra "beirut", algumas pessoas lembram imediatamente da banda. Eu não. Primeiro lembro do bar, depois lembro da cidade e só então lembro da orquestra comandada por Zach Condon. A verdade é que nunca me preocupei com Beirut. Cappuccino no CCBB demais pra minha paciência de menos. Até que graças aos ossos do ofício, precisei escutar o Red Hot + Rio 2, uma coletânia que reuniu vários gringos com o intuito de prestar uma homenagem ao tropicalismo. Ficou uma merda, óbvio, mas o cover de Beirut pra "Leãozinho" realmente conseguiu prender a minha atenção. Na levada do ukelele, Condon se aventura no português e pesa a mão no sotaque, o que só acrescenta imensurável fofura cuti-cuti à melodia suave e harmoniosa.


parra disentristicer leozinho

Talvez todo o excesso de fofura tenho me levado a ouvir o recente álbum deles, The Rip Tide. Qual não foi minha alegria ao perceber que do jeito que TRT me olhou deu namoro? Segundo a wikipedia, "a música do Beirut combina elementos folk do Leste Europeu, onde Zach passou uma temporada, pesquisando as sonoridades que caracterizam a banda". E é bem por ai mesmo. A sanfoninha cativante e instrumentos de sopro dividem espaço e resultam numa musicalidade ao mesmo tempo rica e simples que casam perfeitamente com a singela angústia das letras. Na NPR, o streaming completo do álbum já está disponível. É só conferir.

9.8.11

What's a king to a god? What's a god to a non-believer?

Entendo bostas de hip hop/rap. Bostas. Se ainda fosse Rap Brasil, vai-se lá, porque taí uma fita K7 que marcou a vida, marcou o coração. Mas com o tempo comecei a curtir alguns artistas do ramo, principalmente Jay-Z e Kanye West. Um sapeca neném na Beyoncé e isso já é suficiente. O outro...bem, o outro fala demais, tem ego demais, faz merda demais, é babaca demais, é vulnerável demais, é odiado demais e como não amar uma pessoa assim? Talvez por ser um fdp insuportável, a maioria não faça questão de olhar atentamente o seu trabalho. E eis uma grande injustiça. "My Beautiful Dark Twisted Fantasy" é um dos álbuns mais sensacionais que já ouvi na minha vida e não, não é exagero.

Pois bem, o fato é que os dois resolveram lançar um álbum e dessa melanina cheirando a paixão em forma de parceria surgiu o "Watch The Throne".


No bom inglês malandro, this shit is dope. Jay-Z comanda grande parte das 18 faixas marcadas pelo contrastes entre letras que ora enaltecem as extravagâncias de um mundo cheio de regalias óbvias ao mesmo tempo que inoportunas ("So many watches I need eight arms"), ora apontam as inseguranças e preconceitos que ainda permeiam a sociedade ("Marilyn Monroe, she’s quite nice/But why all the pretty icons always all-white?")

É interessante observar como os dois se complementam musicalmente ao mesclar estilos e transformam o que tinha tudo para ser uma briga de egos em um consistente álbum que supera expectativas. Com tamanha determinação e empenho, arrisco dizer que "Watch The Throne" tem tudo para se tornar um clássico.

30.7.11

Mother Monster

Amy morreu e preciso eleger outra imatura para ocupar o lugar de queridinha/guru do blog. Pensei na Adele, mas ela ainda é uma iniciante na arte e um histórico cheio de mágoa não é suficiente para assumir tal posto. Alguns meses atrás, veio com uma conversinha de "não faço música para os olhos, faço música para os ouvidos". Grandisbosta transformar pé na bunda em belas canções. Zezé Di Camargo e Luciano cantam as dores do amor há 20 anos e nunca deram uma declaração tão pedante assim.

Dito isto, eis alguém com um histórico cheio de sucessos, bizarrices e tapas na cara da sociedade que tem tudo para honrar o título de imatura: Lady Gaga.


estou/sou linda?

Ponto positivo: não bastasse ser talentosa e inteligente, ainda adora andar por ai quase pelada, coisa que eu aprovo totalmente. Afinal, tudo que é bonito é pra se mostrar.

Ponto negativo: depois de dois ótimos álbuns, "Born This Way" é bem mais ou menos. Mais pra menos do que pra mais. Muito efeito Ibiza 90s, muito saxofone, muito tudo, quando só um piano e voz já bastariam.

Imatura pq?: No "The Monster Ball HBO special" dá pra perceber problemas de auto-estima. Apesar de dizer que não liga para as críticas, que só se importa com os fãs, fica bastante claro que ela vive uma necessidade constante de surpreender tanto o público quanto a mídia louca mídia, a ponto de ficar semanas praticamente sem comer só para entrar em uma roupa. Vontade de abraçar e cantar "you are beautiful no matter what they say", principalmente quando ela diz que às vezes ainda se sente como uma loser no colégio. Todos nós, gagazinha. Todos nós.


23.7.11

Amy, sua imatura.

Quem acompanha o confuzione desde o começo sabe que a Amy sempre foi uma das queridinhas do blog. Eu já esperava a morte dela desde 2007 e sabe-se lá como a imatura conseguiu durar tanto com aquele estilo de vida caótico. Sabe-se lá também por que algumas pessoas fazem tanta questão de serem escrotas em momentos como este, mas me dou o direito lamentar e ficar triste. Sem moralismo, sem julgamentos. Apenas tristeza.

22.7.11

Eu voltei?

Como todo abandono de blog, esse começou com uma aparente preguiça. Uma falta de assunto ali, uma falta de tempo aqui, um twitter acolá e de repente você se vê empacada nos sucintos 140 caracteres. "Não tenho paciência para ler nem os blogs de amigos, sobre coisas que me interessam, como vou querer que alguém leia o meu?", eu sempre me perguntava, até entender que posso escrever sem aquela cobrança de ter uma opinião sobre determinado assunto antes que ele perca suas 5 horas de validade.

A ideia é simples: toda semana leio/vejo/escuto algo e posto por aqui uma espécie de resenha dadaísta enquanto arte cultural prolixa que remete puramente e lindamente ao nada. Ainda aproveito e tento amenizar os efeitos do alzheimer precoce.

Viaja comigo nessa aventura, vem comigo nessa emoção.

10.7.11

com jeito vai


Dessa vez é pra valer.