8.5.07

não sou boa com títulos

ela já tinha uma vaga noção daquilo que a esperava, mas sempre acreditou que as pessoas entram em nossas vidas por uma razão. ela sabia, desde o primeiro instante. só não imaginava que os anos ultrapassassem os dedos de uma mão. ele usou de toda a sinceridade naquele dia em que resolveu falar de si mesmo em vez de estudar. a atitude que ela deveria ter tomado não veio. os dois eram mais parecidos do que se pensava e ela já estava envolvida demais. mas não era paixão. não, era algo mais forte. carinho, admiração e pq não dizer, amor, no sentido mais bonito da palavra.

mas sabia os limites. precisava conter e recusar o perigo e a loucura tão doce por trás daquelas palavras. não era brincadeira. as pequenas atitudes apontavam outro caminho. "amigo não se faz, amigo a gente reconhece". e eles se reconheciam.

até que ela, sempre tão contida, resolveu ignorar os limites. ignorar os anos que não podiam ser contados em uma mão. tinha a melhor das intenções, mas não se colocou no lugar do outro. ela ignorou. ele a ignorou. de repente, a certeza deu lugar ao medo. diante do temor, calou-se enquanto ela ia levando assim. o acaso era amigo do seu coração.

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